29 de dez. de 2011

resquícios
tem sempre a hora do dia
que posso sentir
teu (des)gosto.
o corpo fala demais
e cala até a boca.
eu que decidi viver sem limites
pego-me desprevenido
desacreditado dos teus.
temo descobrir que sozinho posso ser meu par.
seja feita tua vontade
assim no teu mundo como no meu
o amor nosso de cada dia cessa por hoje
perdoai minhas vontades torpes
assim como também entenderei
não suportares mais conviver comigo
e livrai-me de ti
além (de tudo).

28 de dez. de 2011

as custas do tempo
há de viver e morrer
tudo o que senti
por ti. mais um vez.
pra quê tanto, amor
pra quê tanto amor
pra quebrantar tanto mais
na dor.
calei todas minhas vontades
incompatíveis com minha língua. na tua.
tantas músicas para contar.

27 de dez. de 2011

o seu descrédito em mim
é inversamente proporcional
à minha vontade de viver.
viver é como andar de bicicleta.
novidades para seus ouvidos velhos.
perdi meu valor
pra recuperá-lo em dobro.
eu poderia estar triste
mas a serenidade tomou-me de súbito na tua ausência
me fiz contente sem nada esperar em troca
senti o que é verdadeiro em mim sem tombar
e a cada dia percebo que tudo tende a ser melhor
como algo natural de se perceber sem esforços
alguém há de aproveitar-me.

26 de dez. de 2011

de repente tudo se compreende
e como se aprende.
Freud explica
a gente complica.
cansei de ser triste.
parte final.
eu sinto a parte que sou
que era de ti.
e de outrem que virá.
só restou a admiração
que faltou.
quando tudo ficou escuro
largaste minha mão
e eu levei meus pés ao encontro de ti
em mim.

24 de dez. de 2011

inesperado sorriso do ainda desconhecido,
com esperança pra curar as dores.

23 de dez. de 2011

a razão nunca tem razão,
sempre quero mudá-la
pra acalmar o coração desesperado
sem teu peito no meu.
quando a dor não é mais muda,
dói no corpo e
grita pelos olhos.
desespero todo dia esperando o dia passar.